quinta-feira, 26 de junho de 2008

REENCONTROS INESPERADOS

Várias situações do dia-a-dia nos causam surpresa. Umas boas, outras ruins, outras ... digamos, embaraçosas. No topo da lista merece destaque como cena digna de "troféu mico do ano" um reencontro inesperado com um ex-affair'. Eis a cena: aquela pessoa a qual você conferiu o status "offline" na sua vida esbarra com você numa tarde de sábado em pleno shopping lotado. Depois dos 30 segundos de formalidades e perguntinhas clichês "oi", "tudo bem?", "tudo, e você"?, "bem, obrigado" poucas pessoas se atrevem a arriscar qualquer performance que saia do script para esse tipo de situação. Quando não existe mais interesse pela pessoa dificilmente vai valer a pena inovar e arriscar um papo de "amigo". Tudo pode funcionar exatamente ao contrário do que você quis dizer. Para quem prefere emendar a conversa para falar de projetos de vida, blá blá blá ... corre o risco de ser visto como frio e distante, se for falar da ótima fase conjugal do momento vai parecer que está querendo "sair por cima", se for falar de frustrações do relacionamento mais recente pode parecer discurso de quem quer viver um “vale a pena ver de novo”. Por outro lado, quando ainda existe algum tipo de dependência afetiva fica mais difícil não ser percebido. São nessas horas que o estilo "durão" se desmorona como um castelo de areia. Mais complexo que um reencontro dessa ordem é o reencontro consigo mesmo, com os sentimentos mais adormecidos, com os medos e os conflitos internos vindos à tona (somados à expectativa de prever o que estará se passando na cabeça do outro). Tomar qualquer iniciativa pode ser um bom começo para estabelecer o rumo da situação. Da promessa de telefonema a um encontro em breve tudo pode aumentar as expectativas (suas, da pessoa ou de ambos). É o tipo de situação onde temos pouco tempo para tomar qualquer decisão, sem direito a pensar duas vezes. Ah, e onde tudo o que se diz ou o que se fala pode ser duplamente arriscado e comprometedor. Prova disso é tudo o que pensamos depois que nos despedimos da criatura em questão. É um tal de “ah, eu poderia ter tido isso”, “não devia ter comentado...”, “faltou perguntar isso”, etc. É num momento como esses que o mais indicado é arriscar um convite calórico à base de hambúrguer, batata-frita, chocolate e refrigerante. O mais angustiante é conseguir entender se ainda há interesse da sua e da parte da pessoa. Quando não há por nenhum dos lados é mais fácil seguir o caminho, quando um dos lados quer algo e o outro não, é deprimente. Enfim, nesse furacão de possibilidades o melhor mesmo é ousar e fazer um convite para um cineminha na mesma hora, “na lata”. No pior das hipóteses... você assistirá a um bom filme. O resto é por conta da interatividade. Boa sessão!