sexta-feira, 10 de abril de 2009

Morangos, champanhe e... CORTA!

Outro dia, passando em frente a uma banca de revistas, deparei com uma matéria sobre técnicas de sedução e afins. Na capa da revista um depoimento de uma mulher que diz ter tirado o casamento do fundo do poço. Em meio a chicotes, sutiãs, plumas e champanhe, a danada jurava para quem quisesse ler que “o segredo de uma relação duradoura é não cair na rotina”. E olhem que ela nem era de se jogar fora. É ...! Em tempos de concorrência acirrada, a mulherada parece não ter se deixado abater pelas Melancias, Morangos e Melões que povoam o imaginário da macharia de plantão. Volta e meia surge algum especialista em comportamento sexual, apresentado uma ‘mirabolante’ estratégia para elevar a libido do varão à milésima potência. Como diria João do Morro -“As nega endoida”. Vídeos, revistas, palestras, programas de TV (que o diga Luciana Gimenez e seu famigerado Superpop) são apenas alguns exemplos clássicos que comprovam a eficácia da temática S-E-X-O, no que diz respeito ao interesse feminino.
Por falar nisso, me veio um caso um tanto, digamos, inusitado. Uma amiga de uma amiga relatara sobre uns ‘truques’ que aprendeu com umas colegas no salão de beleza. E não deixou por menos – resolveu agir naquele mesmo dia, ou melhor, naquela mesma noite. Esperou o marido chegar do trabalho para entrar em cena a la Femme Fatale. Aromatizou o ambiente, escolheu como trilha sonora “Je t’aime moi non plus”, espalhou rosas, morangos, mais uns outros apetrechos pela casa e apareceu na frente dele vestida com uma lingerie vermelha- comprada por telefone num sex shop- e, foi para o ataque. Ah, que fique claro que ela não tentou seduzir o cara apenas com as minúsculas vestes, mas com todo um arsenal de sensualidade e desenvoltura- de deixar até Priscila, do Big Brother, se mordendo de inveja. Mal começou o showzinho, e o marido dela indaga, com expressão de espanto “- Que porra é isso, Amanda”?! Bem, aquela não seria a melhor ocasião para explicar as causas e os objetivos da performance. Aí quem brochou foi ela ... Foram dormir.
No dia seguinte ela vociferava para meio mundo que tinha ARRASADO na noite anterior. Achando pouco, ainda deu umas aulinhas de sedução às colegas mais lentinhas, coitadas. Afinal, depois de ter vivido aquele trauma com o marido, ela não podia ficar por baixo. E saiu falando, repetindo, sugerindo ... por muito tempo - uma diva na arte do sexo. O melhor, é que no final das contas, a mulher acabou chegando à conclusão que o problema era o cara. “Estúúúpido”, como ela o tacha hoje em dia.
Depois disso, arrumou outro. Menos mal. Imaginem se ela resolve encanar? Seria aquele processo de rejeição interminável. A cada fruta, digo, a cada dançarina, funkeira, modelo e tantas outras inventadas pelo mercado do consumo ela se sentiria o projeto do caroço de cada uma delas. Mas, foi esperta. Não deixou se vender nem se render ao mundinho imaginário criado pelas revistas e pelos programas de TV. Até porque, no ‘mercado’ dos ‘peitos e bundas’ o que está sempre em alta é deixar em baixa quem o consome. Que é bonito, é. Que excita, que instiga, que despertam a luxúria e a cobiça não se discute, mas é preciso não perder a identidade frente essas imposições. À luta, mulher guerreira.