sexta-feira, 11 de junho de 2010

Amores, amores e amores

Você passa pelas ruas e vê, em algum outdoor, publicidades convidativas para o Dia dos Namorados. Em todos eles um verdadeiro ‘manual de instruções’ nos induzem sobre o que devemos fazer, o que comprar, o que e onde comer (que os moteis me permitam o trocadilho). Na TV, nas revistas e na ‘boca do povo’ a referência ao 12 de junho é um assunto quase inevitável.

Ou você, pessoa solteira, vai dizer que não se sente um E.T. com o burburinho que essa data provoca em quase todos os setores sociais? Enquanto o time das que não tem um ‘homem para chamar de seu’ se acotovela nas festas dos solteiros, do sinal ou em algum ‘pancadão funk’ da cidade, a outra metade disputa uma vaga nas filas dos restaurantes, das lojas de cosméticos ou nos locais para encontros amorosos (para não dizer motel).

Hoje em dia tem até missas e cultos que as igrejas promovem para não deixar passar o dia em branco. Um verdadeiro ‘show business’. E tem ainda a parcela que vive uma suada maratona para comemorar a data com o (a) oficial e o (a) amante.
O fato é que hoje você não precisa mais refletir sua solteirice no Dia dos Namorados se acabando numa caixa de bombom calórico. Dificilmente os termos pejorativos ‘solteirão’, ‘encalhada’ ou ‘titia’ vão soar como quinze ou vinte anos atrás.

A emancipação, a autonomia e o centro das atenções voltado para o trabalho são algumas das prioridades que o mulher e o homem da modernidade tem buscado ultimamente. Sobretudo para quem defende o lema da solteirice com unhas e dentes.
Nem os casais estáveis estão livres de passar batida a data. E ai se esquecerem... Quem nunca esbarrou com maridos e esposas nos restaurantes comemorando o Dia dos Namorados como se ainda namorassem?

Além de quase sempre tímidos e sem graça o grau de maturidade e bom senso deles quase nunca permitem manifestações públicas mais espevitadas. São raros os que se passam para promover um telegrama animado para o “Môzinho”, uma mega faixa romântica para “Bebê” na rua de casa ou algo do tipo depois de dez ou quinze anos de união.
No máximo o que se vê é uma tentativa de cantar ‘Como é grande o meu amor por você’ no videokê do bar da esquina, depois de umas seis ou sete doses de vodka. Ou uma troca de presentes discreta, em casa mesmo, no nível de toalha de mesa versus caixa de ferramentas.

E há também quem não dispense apelar para Santo Antônio, vestir vermelho, esfaquear a bananeira e outras ‘mimosidades’. Namorar para algumas pessoas é meta de vida, quase sonho do consumo. Tem também aquelas que não abrem mão de namorar por nada no mundo. Nada de ‘pegação’, ‘ficada’ ou filosofia de vida ‘Mulher Moranguinho’ (Alô galera eu vou beijar, pego o primeiro que passar).
Às vezes você nem entende por que aquele casal está junto. Parece até que é só para garantir o presente de 12 de junho de todo ano. Tem aqueles que querem namorar. Sempre namorar. Mas, namoram você e mais alguma(s) pessoa(s) ao mesmo tempo. Então já sabe, né?! Para onde o outdoor vai te levar?