quinta-feira, 22 de abril de 2010

Bom dia, Frankenstein !!!

Todo mundo já deve ter acordado- alguma vez, pelo menos- com vontade de fazer tudo novo na vida. Você desperta numa quarta-feira ensolarada e, resolve mudar o rumo de suas atitudes cotidianas. Sejam elas quais forem. E nem precisa de explicação convincente para justificar esse impulso por transformações. O anseio por mudança é soberano. Às vezes até radical. De Cuba para Suíça. De PMDB para PSOL. De Dourado para Serginho.Em meio a reflexões efervescentes, você ‘descobre’ que merece rever as atuais amizades, os gostos musicais, a alimentação excessiva em carboidratos etc. Um ‘ser mutante’ desabrocha de dentro do seu “eu” e... ‘boom’. Basta notar algo equivocado, enfadonho ou ultrapassado em qualquer setor da vida e, já é motivo suficiente para alçá-lo ao posto de “EM REFORMA”.
Tem gente que incorpora tão bem esse negócio de mudança que, adota como lema existencial um permanente... “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo” (...) Volta e meia ela entra ou sai de cena com uma postura repaginada sobre um assunto, ou, simplesmente, aberta a pensar sobre novos ‘argumentos’.
Há quem realmente encare ‘o novo’ de frente. Não se esquiva. Aceita a possibilidade de refazer o caminho previsível, comum de antes. Altera a cor do cabelo, questiona os dogmas da igreja, ‘sai do armário’. É como se ‘baixasse’ a Eliana Prints: “De hoje em diante vou modificar o meu modo de vida” (...) E já era, né ?
Com o tempo você passa a se acostumar com a tendência à mudança como algo real e aceitável para as condições humanas. Hoje em dia não me espanto mais nem se uma irmã da Assembleia de Deus resolver chutar o ‘pau da barraca’ e encarar a performance do ‘Rebolation’ em plena Conde da Boa Vista lotada. Afinal, como diria Ana Hickmann: “Tudo é Possível”.
Creio mesmo que, muitas vezes, a gente busca romper com o que mais nos aprisiona. E, por sorte nossa ou algo sobrenatural (que nem psicografia explica) optamos por repensar a nossa posição diante da própria existência. É o ‘estalo’ para novas ideias. Embora haja quem relute contra esse estalo. Uns prosseguem com a farsa do casamento feliz, alguns limitados no emprego entediante, outros infelizes com a religião claustrofóbica.
Algumas pessoas por receio, crenças ou tabus passam anos, décadas e até uma vida no mesmo lugar. O medo de ousar, de sair desse lugar cômodo de sempre, de ser alvo de julgamentos impede a abertura de novos caminhos. Elas vivem enjauladas dentro de suas mentes. “Medo do medo do medo que dá” (...), para citar Lenine.
No livro “Doidas e Santas”, Martha Medeiros faz a seguinte observação:
“Tem muita gente piruá nesse planeta.
Gente que não reage ao calor, que não desabrocha.
Fica ali, duro, triste e inútil pro resto da vida.
Não cumpre sua sina de revelar-se, de transformar-se em algo melhor.
Não vira pipoca, mantém-se piruá. É um piruá emburrado, que reclama que nada lhe acontece de bom.
Pois é. Perdeu a chance de entregar-se ao fogo, tentou se preservar, danou-se.
O importante na vida é reagir às emoções e não manter-se frio, fechado, feito um grão que não honrou seu destino.”
E você, cumprimenta pela manhã o Frankenstein que tem dentro de você?