quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Páginas viradas, rasgadas e incineradas

Diz o ditado popular que a melhor forma de esquecer um grande amor é com outro. E para isso valem todas as artimanhas usadas durante esse processo ‘mágico’. Muitas delas vão bem além da filosofia de vida ‘pintei meu cabelo, me valorizei, entrei na academia, malhei, malhei...”.
Exorcizar a lembrança de ‘EX’ quase sempre é tão necessário como mudar de canal no domingo para não ver a cara de Faustão. Libertar-se do passado- ilustrado pela figura de um indivíduo indigno de merecer uma mera ‘cutucada’ no Facebook- é uma questão de prioridade na vida de quem quer engatar um novo e bom (ou bad) romance!

Afinal, algumas recordações só servem para confirmar que você errou na tal escolha. Concorda?! Sem contar a sensação de perda de tempo investido na relação, os shows, eventos e tantas festas que você deixou de ir e todos os caprichos que você cedeu pelo seu (EX) ‘Mozão’. Logo, se a meta é fazer a fila andar e deixar o passado morto e enterrado até quem não curtia baladas se torna frequentador assíduo- daqueles de entrada revertida em consumação e descontinhos antes da meia-noite.

Romper com EX e, obrigatoriamente, com tudo que envolve as lembranças indesejadas traz esse ar de renovação, transformação, limpeza. Algo que nem o ‘Vanish’ se propõe a fazer com tanta maestria. Em algum momento (ou em vários) da vida entramos em profunda reflexão sobre nossa relação atual e, explodimos em mudanças. O ‘boom’ é o estalo para querer descartar o que nos sufoca, o que não nos identificamos e até para rever nosso pensamento sobre ‘concessões’ para o(s) relacionamento(s) seguinte (s).

É mais ou menos quando se constata a importância de não repetir alguns erros de antes. Por exemplo: acreditar em ‘mudar’ a pessoa (levando em conta alguns defeitos e características intoleráveis para um vínculo saudável), dar um‘voto de confiança’ (mesmo quando ela jura fidelidade, mas passa o rodo do Janga ao Curado) ou até buscar fazer de tudo para agradar a criatura em questão (enquanto você fica se roendo para ceder aos milhares de convites de amigos e amigas, mas para não entrar em atrito com o 'affair' se conforma em ter que passar a tarde de sábado em casa na companhia de um pacote de filmes, pipoca e coca cola que sobrou do almoço- já sem gás).

Em algum momento você percebe que ‘carregar no colo’ uma relação em nome de um desejo de ter viver algo estável a dois é tão provável quanto Tiririca ser o mais próximo membro da Academia Brasileira de Letras.
É como se não coubéssemos dentro de nós e, precisássemos extravasar, comungar com o mundo essa nova forma de vida. Algo como ‘pinto no lixo’, ‘pobre em festa de casamento’ ou ‘Sonia Abrão diante de tragédias’... um prato cheio!

Seja por frustração, incompatibilidade, vontade de mudar de parceiro (a) ou por qualquer outra motivação sobrenatural (que não vem ao caso), experimentar algo novo provoca um sentimento libertador, um adolescer, uma efervescência.
E mesmo que ainda não exista alguém novo (ainda) o estímulo em viver algo totalmente diferente já causa um inevitável frio na barriga.

E em se tratando de emoções desse tipo não há maturidade ou experiência afetiva que blinde a possibilidade de frear essa emoção. Que o diga as mulheres e os homens que saltam de um relacionamento de quinze, vinte ou trinta anos e resolvem 'chutar o pau da barraca'. De fato, algumas sensações não seguem manual de instrução, roteiro, script. É ao vivo. Tudo que muda de uma pessoa para outra está entre o SIM e o NÃO. Mudar? Arriscar? Ceder? Aceitar? Revolucionar? Esperar? SIM ou NÃO. SIM ou NÃO?

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Pula, pula, pula... fora!

Nada- ou quase nada- pode ser pior que sair de um relacionamento de forma desastrosa. E quando refletimos esse tipo de insucesso (através de flashbacks e sobrevoos pouco nostálgicos) mal dá para entender como alguns sentimentos podem mudar tão drasticamente. Você sai da Casinha da Barbie e vai direto para o Quarto Branco do Big Brother. É, a casa caiu!
E não somos apenas nós, humildes mortais –usuários de creme dental Colgate, salgadinhos Doritos e clientes da C&A- que estamos vulneráveis a certos erros de trajeto. Que o digam cantores, futebolistas, atores e atrizes, protagonistas de casamentos em palácios e castelos (de areia) que mal resistem a uma estação. Bem, pelo menos nossa vida não é pauta de Contigo, Tititi ou TV Fama.
Mas seja do lado de lá ou de cá ser vítima da ira do (a) EX ou babar de raiva ao pronunciar o nome do Falecido ou da Falecida é sempre uma etapa comum de quem sai do affair em pé de guerra. Sem contar a troca de farpas, acusações, ameaças, insultos e tantos outros mimos que dariam sinopse para uma novela do SBT.
Deve ser por isso que há quem prefira pular fora logo quando nota os primeiros sinais que a relação não vai muito longe. E para quem percebe todas as incompatibilidades e, ainda assim, fecha os olhos, ‘joga uma moeda e seja o que Deus quiser’ (parafraseando Negra Li) boa sorte!
Tentar mudar o Outro, insistir em se adaptar a características conflitantes com as suas é, digamos, suicídio. Até cabem algumas concessões, valem algumas adaptações e negociações saudáveis para a relação. Mas nem me venha com a ideia de pegar Maguila e transformar em José Mayer. Não cabe a você carregar o fardo de estar com alguém que representa a corporificação do atrito e da divergência. Afinal, como diria Amanda Gurgel: “Sou eu a Redentora do país?! (...)”.
E por mais que se recorra a algumas pirotecnias, decididamente, certas combinações entre pessoas são tão ‘prováveis’ quanto imaginar Luciana Gimenez apresentando o Roda Viva. E não tem mandinga, amuleto, mapa astrológico ou sessão de casais da Universal do Reino de Deus que resolva.
E não tem paixão, encantamento ou deslumbramento que devam ser maiores que o bom senso e a autoestima na hora de separar alho de bugalho. Ou, para o assunto em questão do que é possível ou não. Até que em alguns casos vale a pena se permitir, se aventurar no novo e no desconhecido e, de repente, se surpreender (po-si-ti-va-men-te). Mas desde que você não precise viver em tempo integral em processo de entrega, doação e ajuste em relação ao Outro (pois você não é massa de modelar, meu bem). É daqueles casos em que o lema “Sou brasileiro e não desisto nunca” só combina mesmo em campanha nacional de elevação do moral da nação tupiniquim.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Revolution!

Volta e meia esbarro com alguém que, decididamente, resolveu chutar o ‘pau da barraca’ e, promover uma verdadeira ‘Revolução’ na vida sentimental. E aqui me refiro mais precisamente àquelas pessoas que saíram do relacionamento anterior em estado de decomposição emocional- quase reduzidas ao pó (com a licença da hipérbole) e decidiram realizar uma mudança numa escala de 180º graus.
Enquanto uns preferem se lamentar pelos cantos, outros choram rios e outra parcela resolve adotar o estilo Maysa de ser (Meu mundo caiu), esse outro time decidiu arregaçar as mangas e ir à luta, companheira. É aquele grupo que tem lotado bares, divãs, cafés, cinemas e boates na chance de encontrar uma boa... diversão. Afinal, quem morreu foi Osama e não você, meu bem!
Por falar nisso, tem gente que leva a sério a ideia de recomeçar a nova vida sentimental longe de todos os holofotes que lembrem, mesmo que de relance, o ‘Falecido’. Uns seguem hábitos que mais parecem fazer parte de um ‘Manual de Término de Namoro’, com dicas que vão do direito/obrigação de evitar lugares possíveis de esbarrar com a ‘Criatura’ em questão, apagar os telefones da agenda e todos os contatos de Facebook e MSN até fuzilar com olhar quem ousar citar o nome do ‘Falecido’ em reuniões semanais entre amigos.
Mas a maior ‘Revolução’, a da estética, quase sempre quer revelar nossa superação, nosso desdém atual em relação ao ‘Ser’ antigo ou qualquer outro sentimento que só mostra o quanto estamos felizes e desapegados do ‘Outro’. Embora, cá entre nós, a gente saiba que você está fuuu... lminado por dentro, mas precisa se reerguer e ter forças para mandar a fila andar. E quando menos se espera você volta triunfando por cima da carne seca.
Algo mais ou menos na filosofia de vida da ‘Mistura do Calypso’: “Pintei o meu cabelo, me valorizei/ Entrei na academia, eu malhei, malhei/ Dei a volta por cima e hoje te mostrei meu novo namorado (...)”
E mesmo que nem sempre essas mudanças sejam espontâneas ou totalmente naturais elas, de alguma forma, nos leva à reflexão sobre o que queremos para as relações futuras, os erros que servem como experiência de vida, os acertos que valem para somar e o quanto autoestima elevada faz bem. Mas precisa estar associado a outros valores e, sobretudo, precisa vir de dentro para fora. Mas não temos como negar... Reaparecer mais belo ou bela desperta novos olhares, amacia o ego, nos (re)conecta com o mundo. Afinal, como diria a filósofa Rita Cadillac: “É bom para o moral”.

sábado, 23 de abril de 2011

Cinderela, Alice e o Canto da Sereia

Um dos maiores desafios de quem se aventura em engatar um affair é descobrir quem é, de fato, a pessoa com quem estamos. Até ultrapassar aquela etapa na qual tudo parece um mar de rosas, um domingo no parque ou um Mc Lanche Feliz e, nos depararmos, exatamente, com a criatura em questão muita energia, dedicação e disposição parecem ter passado por nossas mãos, pernas, veias e artérias.
Quando não afeta a sua cuca (e você decide não pular fora do barco) é porque parece estar pronto (a) para a fase mais crucial: lidar com o(a) dito(a) cujo(a) no cotidiano, desnudo de todos os ‘mimos’ e ‘fofuras’ da fase inicial do encantamento. Sem aqueles dengos de torpedos de bom dia, bichinhos de pelúcia e caixas de bombons finos daqueles primeiros meses do relacionamento. É quando a Cinderela e a Alice trocam as carruagens e arregaçam as mangas para alcançar o ônibus da linha Setúbal/ Conde da Boa Vista lotado no final da tarde de uma sexta-feira.
Deve ser por isso que meio mundo desiste no meio do caminho e, ainda vocifera aos quatro ventos o quanto não conhecia O(A) Outro(a). É, minha filha! Tem gente que dorme com um Cauã Reymond e acorda com um Zé do Caixão. E a gente parece sempre tão bobo que, por mais que traga a bagagem de um tumultuado relacionamento anterior não temos como evitar os riscos de um romance seguinte. É quase impossível ter imunidade e anticorpos para se defender de alguns tipos de armadilhas. Santinho, certinha, fiel, quietinho, cheia de promessas e blábláblá e, no final das contas você descobre que dormia com um vilão (ou vilã) de novela de Sílvio de Abreu. É mole?!
E no final... só nos resta lamentar um “como é que eu nunca percebi isso antes?” ou um “por que só eu que não notei?”, acompanhados de umas doses de vodca, de Skol, de uma sequência de Núbia Lafayette, Nelson Gonçalves, Maysa e um novo amor para esquecer o outro. E voltar para o começo da história (com a possibilidade de um novo meio, de um novo fim. Ou tudo igual como antes?).
Mas se os encantos que ficarem forem maiores que os desencantos é porque tem algo além do temido e inevitável Canto da Sereia. Algo concreto, real e possível do outro lado do mar. E nessa metáfora da vida... você pode até evitar, jogar, driblar, mas como bom pescador vale sempre a pena descobrir o que há do lado de lá. Sempre!



Comunidade do Blog Sabor de Framboesa: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=113728549

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Pessoas e Pavões

Sempre acreditei, juntamente com metade da população do globo terrestre, na tolerância e na complacência como características do avanço da idade. A entrada na casa dos vinte, dos trinta, dos quarenta e nas tantas outras trazem mudanças na forma de ver o mundo e de agir publicamente- dizem. Resolvi acreditar que é assim, talvez, para justificar momentos de impaciência diante de determinadas situações e de determinadas pessoas que, desafortunadamente, cruzam nossos caminhos em algum momento da vida e, exigem de nós ‘jogo de cintura’ para lidar com elas. É quando elevamos nossa mente e nossos pensamentos para todas as entidades da galáxia e questionamos: “No futuro saberei relevar esse tipo de coisa”?
Mesmo assim, confesso (até diante do padre, se for o caso) minha intolerância quase hitleana em relação a alguns traços de alguns comportamentos. Algo no nível da auto-suficiência, do exibicionismo, da necessidade de sobreposição sobre o outro, da prepotência e do desdém sobre tudo e sobre todos. Algo que numa comparação com o mundo dos animais não racionais me lembra um pavão. Isso mesmo! A ave de nome científico Pavo cristatus.
O detalhe é que ainda não evoluí ao ponto de lidar bem com pessoas que costumam abrir ‘seu leque de penas’ para chamar atenção ou demarcar território. Em termos concretos, esses ‘pavões humanos’ esbarram conosco em algum contexto da vida. São aquelas que ‘se acham’ a bala que matou Odete Roitman (que Deus a tenha).
Na vida real, esses ‘pavões’ exalam um ar de superioridade em quase tudo o que fazem. Seja contando vantagens, desmerecendo o outro ou até mesmo com um olhar de jactância sobre os demais. É aquele tipo para a qual as pessoas costumam desferir comentários do tipo “Essa aí parece que tem um rei na barriga” ou “Se pudesse nem pisava no chão”.
Um ‘pavão’ (ou‘pavoa’) numa balada já surge achando que o mundo para porque ela chegou, no ambiente de trabalho nunca precisa de ninguém ou sabe mais que todos e na vida afetivo-conjugal é sempre imbatível emocionalmente. Há quem prefira analisar aspectos psicológicos reveladores como carência, necessidade de compensação, traumas, insegurança e ‘otras cositas’ para entender o comportamento do ‘pavão’ humano.
Enquanto não baixa a Melaine Klein para entender e aplicar a complexidade da psiquê humana prefiro desviar dos estridentes pavões. Até lá vou passeando pelos outros setores do zoológico. Vamos nessa?!