quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Pessoas e Pavões

Sempre acreditei, juntamente com metade da população do globo terrestre, na tolerância e na complacência como características do avanço da idade. A entrada na casa dos vinte, dos trinta, dos quarenta e nas tantas outras trazem mudanças na forma de ver o mundo e de agir publicamente- dizem. Resolvi acreditar que é assim, talvez, para justificar momentos de impaciência diante de determinadas situações e de determinadas pessoas que, desafortunadamente, cruzam nossos caminhos em algum momento da vida e, exigem de nós ‘jogo de cintura’ para lidar com elas. É quando elevamos nossa mente e nossos pensamentos para todas as entidades da galáxia e questionamos: “No futuro saberei relevar esse tipo de coisa”?
Mesmo assim, confesso (até diante do padre, se for o caso) minha intolerância quase hitleana em relação a alguns traços de alguns comportamentos. Algo no nível da auto-suficiência, do exibicionismo, da necessidade de sobreposição sobre o outro, da prepotência e do desdém sobre tudo e sobre todos. Algo que numa comparação com o mundo dos animais não racionais me lembra um pavão. Isso mesmo! A ave de nome científico Pavo cristatus.
O detalhe é que ainda não evoluí ao ponto de lidar bem com pessoas que costumam abrir ‘seu leque de penas’ para chamar atenção ou demarcar território. Em termos concretos, esses ‘pavões humanos’ esbarram conosco em algum contexto da vida. São aquelas que ‘se acham’ a bala que matou Odete Roitman (que Deus a tenha).
Na vida real, esses ‘pavões’ exalam um ar de superioridade em quase tudo o que fazem. Seja contando vantagens, desmerecendo o outro ou até mesmo com um olhar de jactância sobre os demais. É aquele tipo para a qual as pessoas costumam desferir comentários do tipo “Essa aí parece que tem um rei na barriga” ou “Se pudesse nem pisava no chão”.
Um ‘pavão’ (ou‘pavoa’) numa balada já surge achando que o mundo para porque ela chegou, no ambiente de trabalho nunca precisa de ninguém ou sabe mais que todos e na vida afetivo-conjugal é sempre imbatível emocionalmente. Há quem prefira analisar aspectos psicológicos reveladores como carência, necessidade de compensação, traumas, insegurança e ‘otras cositas’ para entender o comportamento do ‘pavão’ humano.
Enquanto não baixa a Melaine Klein para entender e aplicar a complexidade da psiquê humana prefiro desviar dos estridentes pavões. Até lá vou passeando pelos outros setores do zoológico. Vamos nessa?!

4 comentários:

Flávio Pereira disse...

É inacreditável como sempre esbarramos com este tipo de pessoas seja na academia, no shopping, nas baladas e até mesmo na faculdade.
Infelizmente são pessoas que ainda vivem na "idade da pedra" em relação ao sentimento e valorizando o corpo. Não percebem ou não almejam buscar algo muito maior e que existe dentro de nós chamado amor ao próximo. Não estou desmerecendo o amor próprio, mas acredito que amor próprio significa amar a si como aos seus semelhantes. Isso sim se chama dignidade entre os seres.

Perfeito texto.

Cris Abreu disse...

Quando eu crescer, quero ser assim...Caio Dyaz!!!!!!!

ENTRE OUTRAS COISAS disse...

B"H
Esse tipo de gente existe mesmo por todas as partes.Infelizmente essas pessoas acreditam em apenas uma vida,um mundo.

... disse...

Menino, quanto tempo não venho aqui! Percebi que você tem escrevido menos, qual é o problema? Está ficando como o antagonista do seu texto? O pavão? rsrsr
Querido, qualquer coisa que eu diga a respeito daquilo que você lê, fala, veste, come ou escreve é exacerbadamente suspeito, pois eu te amo cegamente a ponto de não enxergar os seus defeitos, se é que eles existem. Como sempre, seu texto está muito bem escrito e versa sobre um assunto que vivenciamos diariamente. Só achei estranho o fato de você nunca me considerar uma "pavoa". E Carla Portela, a musa dos bafões do Enéis da vida?! rsrsrs Brincadeira! Entendo o que chama de pavoisse desnecessária. Na verdade, pessoas como estas eu mando tomar no cú (com acento mesmos pois elas não sabem escrever muito bem, estão preocupadas com a sua vaidade apenas!) e pronto!

Beijoca!

PS: Reativei o meu blog, passa lá e deixa o seu comentário refinadíssimo sobre o que encontrar!