segunda-feira, 27 de junho de 2011

Pula, pula, pula... fora!

Nada- ou quase nada- pode ser pior que sair de um relacionamento de forma desastrosa. E quando refletimos esse tipo de insucesso (através de flashbacks e sobrevoos pouco nostálgicos) mal dá para entender como alguns sentimentos podem mudar tão drasticamente. Você sai da Casinha da Barbie e vai direto para o Quarto Branco do Big Brother. É, a casa caiu!
E não somos apenas nós, humildes mortais –usuários de creme dental Colgate, salgadinhos Doritos e clientes da C&A- que estamos vulneráveis a certos erros de trajeto. Que o digam cantores, futebolistas, atores e atrizes, protagonistas de casamentos em palácios e castelos (de areia) que mal resistem a uma estação. Bem, pelo menos nossa vida não é pauta de Contigo, Tititi ou TV Fama.
Mas seja do lado de lá ou de cá ser vítima da ira do (a) EX ou babar de raiva ao pronunciar o nome do Falecido ou da Falecida é sempre uma etapa comum de quem sai do affair em pé de guerra. Sem contar a troca de farpas, acusações, ameaças, insultos e tantos outros mimos que dariam sinopse para uma novela do SBT.
Deve ser por isso que há quem prefira pular fora logo quando nota os primeiros sinais que a relação não vai muito longe. E para quem percebe todas as incompatibilidades e, ainda assim, fecha os olhos, ‘joga uma moeda e seja o que Deus quiser’ (parafraseando Negra Li) boa sorte!
Tentar mudar o Outro, insistir em se adaptar a características conflitantes com as suas é, digamos, suicídio. Até cabem algumas concessões, valem algumas adaptações e negociações saudáveis para a relação. Mas nem me venha com a ideia de pegar Maguila e transformar em José Mayer. Não cabe a você carregar o fardo de estar com alguém que representa a corporificação do atrito e da divergência. Afinal, como diria Amanda Gurgel: “Sou eu a Redentora do país?! (...)”.
E por mais que se recorra a algumas pirotecnias, decididamente, certas combinações entre pessoas são tão ‘prováveis’ quanto imaginar Luciana Gimenez apresentando o Roda Viva. E não tem mandinga, amuleto, mapa astrológico ou sessão de casais da Universal do Reino de Deus que resolva.
E não tem paixão, encantamento ou deslumbramento que devam ser maiores que o bom senso e a autoestima na hora de separar alho de bugalho. Ou, para o assunto em questão do que é possível ou não. Até que em alguns casos vale a pena se permitir, se aventurar no novo e no desconhecido e, de repente, se surpreender (po-si-ti-va-men-te). Mas desde que você não precise viver em tempo integral em processo de entrega, doação e ajuste em relação ao Outro (pois você não é massa de modelar, meu bem). É daqueles casos em que o lema “Sou brasileiro e não desisto nunca” só combina mesmo em campanha nacional de elevação do moral da nação tupiniquim.

5 comentários:

Mayra disse...

Adorei o texto, amigo!!!
Isso é uma lição muito bem válida
Beijos

Fernando disse...

Só quem realmente viveu uma experiÊncia como essa citada no texto é que pode falar com tanta propriedade de como "pular fora" de um relacionamento. Dizem os literários que o eu-poético não permeia os manuscritos de seus autores, e como se fosse um heterônimo, porém, há alguns poetas que discordam dessa afirmação e alegam que seus textos são quase autobiográficos. Então, espero que você não esteja sendo autobiográfico nesse texto. Você não merece ter passado por uma situação dessas! Excelente texto Caiozito. Completamente genuíno, como voê!

Suzana Carvalho disse...

Adorei...
como bloggueira de carteirinha aprovo sua arte. Pela minha escrita ser um tanto melancólica, ler um texto direto como o seu, hiper moderno, sem entrelinhas e gostar do mesmo, é porque seu talento superou meus "costumes". Parabéns ;) Querendo visitar: iwannavegas.blogspot.com

Cíntia Sabino disse...

Nossa Caio... fiquei perplexa com esse texto... Ui... Parei até de chorar,e de tentar mudar o imutável...Acho que consegui acordar pra vida, e pular fora no meu caso é literalmente a melhor solução...
Lindo texto...
Linda iniciativa de dar luz ao túneis da vida...
Bjs.
Cíntia.

Rafael Belo disse...

Você sabe expressar bem seus conceitos. Parabéns.