Diz o ditado popular que a melhor forma de esquecer um grande amor é com outro. E para isso valem todas as artimanhas usadas durante esse processo ‘mágico’. Muitas delas vão bem além da filosofia de vida ‘pintei meu cabelo, me valorizei, entrei na academia, malhei, malhei...”.
Exorcizar a lembrança de ‘EX’ quase sempre é tão necessário como mudar de canal no domingo para não ver a cara de Faustão. Libertar-se do passado- ilustrado pela figura de um indivíduo indigno de merecer uma mera ‘cutucada’ no Facebook- é uma questão de prioridade na vida de quem quer engatar um novo e bom (ou bad) romance!
Afinal, algumas recordações só servem para confirmar que você errou na tal escolha. Concorda?! Sem contar a sensação de perda de tempo investido na relação, os shows, eventos e tantas festas que você deixou de ir e todos os caprichos que você cedeu pelo seu (EX) ‘Mozão’. Logo, se a meta é fazer a fila andar e deixar o passado morto e enterrado até quem não curtia baladas se torna frequentador assíduo- daqueles de entrada revertida em consumação e descontinhos antes da meia-noite.
Romper com EX e, obrigatoriamente, com tudo que envolve as lembranças indesejadas traz esse ar de renovação, transformação, limpeza. Algo que nem o ‘Vanish’ se propõe a fazer com tanta maestria. Em algum momento (ou em vários) da vida entramos em profunda reflexão sobre nossa relação atual e, explodimos em mudanças. O ‘boom’ é o estalo para querer descartar o que nos sufoca, o que não nos identificamos e até para rever nosso pensamento sobre ‘concessões’ para o(s) relacionamento(s) seguinte (s).
É mais ou menos quando se constata a importância de não repetir alguns erros de antes. Por exemplo: acreditar em ‘mudar’ a pessoa (levando em conta alguns defeitos e características intoleráveis para um vínculo saudável), dar um‘voto de confiança’ (mesmo quando ela jura fidelidade, mas passa o rodo do Janga ao Curado) ou até buscar fazer de tudo para agradar a criatura em questão (enquanto você fica se roendo para ceder aos milhares de convites de amigos e amigas, mas para não entrar em atrito com o 'affair' se conforma em ter que passar a tarde de sábado em casa na companhia de um pacote de filmes, pipoca e coca cola que sobrou do almoço- já sem gás).
Em algum momento você percebe que ‘carregar no colo’ uma relação em nome de um desejo de ter viver algo estável a dois é tão provável quanto Tiririca ser o mais próximo membro da Academia Brasileira de Letras.
É como se não coubéssemos dentro de nós e, precisássemos extravasar, comungar com o mundo essa nova forma de vida. Algo como ‘pinto no lixo’, ‘pobre em festa de casamento’ ou ‘Sonia Abrão diante de tragédias’... um prato cheio!
Seja por frustração, incompatibilidade, vontade de mudar de parceiro (a) ou por qualquer outra motivação sobrenatural (que não vem ao caso), experimentar algo novo provoca um sentimento libertador, um adolescer, uma efervescência.
E mesmo que ainda não exista alguém novo (ainda) o estímulo em viver algo totalmente diferente já causa um inevitável frio na barriga.
E em se tratando de emoções desse tipo não há maturidade ou experiência afetiva que blinde a possibilidade de frear essa emoção. Que o diga as mulheres e os homens que saltam de um relacionamento de quinze, vinte ou trinta anos e resolvem 'chutar o pau da barraca'. De fato, algumas sensações não seguem manual de instrução, roteiro, script. É ao vivo. Tudo que muda de uma pessoa para outra está entre o SIM e o NÃO. Mudar? Arriscar? Ceder? Aceitar? Revolucionar? Esperar? SIM ou NÃO. SIM ou NÃO?